domingo, 14 de dezembro de 2008
Estórias de Capítulo único. Capítulo I: Posso, quero
Não posso.
Claro que pode, desça agora!
Eu realmente não posso.
Você não quer, isso sim, mas é óbvio que pode!
Bom, se conseguir definir o que é poder e o que é querer, então descerei com satisfação.
Mas, mas...todos sabem o que é cada qual!
Então me explique, lhe suplico...anseio por tal resposta!
Bom, você quer várias coisas, mas não pode a maioria, isso eu sei.
E onde é o limite entre o poder e o querer?
Naturalmente o poder está dentro de sua capacidade, o querer então fica submetido ao seu poder.
Mas eu posso me matar, só que não quero. Agora é o poder que está submetido ao meu querer!
Bom, é que, é...bom...não enrole, desça daí!
Já disse que não posso.
Agora eu não quero.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Estórias de Capítulo Único - Capítulo I: Angelus
Ligou uma música que gostava, começou pela última faixa, estava arranhada, trocou, abriu uma cerveja, não tanto pela bebida, mas o barulho que o gás fazia ao sair da lata o agradava. O outro CD funcionou bem, mas não eram músicas familiares, mas tudo bem, estava bom.
Colocou outra lata em uma parte mais fria da geladeira, mas precisou trocar algumas coisas de lugar. Conseguiu. Ficou feliz por isso, se sentiu orgulhoso, mas logo percebeu que ninguém o felicitaria por isso, era um orgulho estúpido.
Serviu-se de uma dose de uísque, completou a garrafa com água. O gosto era horrível, mas aquilo o fazia se sentir livre, não sabia bem o motivo. Pegou gelo. Refrigerante.
Preparou o cachimbo sem muita habilidade, e o acendeu com certa dificuldade. Engasgou-se nas primeiras tragadas, mas logo estava a vontade, se sentindo sujo, mas bem.
Sua orgia não demorou mais que meia hora. O suficiente para alcançar a embriaguez dos justos.
Escondeu as latas vazias, lavou o copo que ainda continha uma mistura rala de água gelada, uísque e refrigerante.
Jogou fora as cinzas do cachimbo e o guardou.
Trancou-se em seu quarto, ainda tinha a tarefa da escola por fazer, mas não faria, só que ele gostava de não fazer, ao invés de se esquecer de fazer. Não esqueceu. Não fez.
Seus pais chegaram na irritante pontualidade burguesa, tranzendo-lhe outro presente, que naturalmente odiou.
Foi dormir mais cedo naquele dia, esperando pela única coisa que lhe valia a pena esperar. O final de tarde do dia seguinte.
sábado, 28 de junho de 2008
Estórias de Capítulo único. Capítulo I: Laranjas e Mexericas...
sábado, 12 de abril de 2008
Prefácio
Há momentos em que fico sedento por dizer algo, contar algo prá alguém mesmo, só isso. Mas me seguro, fico quieto, me calo mesmo, imaginando que talvez eu não gostaria de ter que ouvir alguém. Aí eu escrevo, e me acalmo um pouco.
Ter uma história prá contar, e não conseguir colocá-la de forma organizada no papel, é a minha cara. Mas vou tentar assim mesmo, sempre.
Os trabalhadores, também são flores...
Mesmo que a morte encontre no bojador,
Não apenas do Sol se obtem calor,
Não só pro corpo se obtem manjares,
Saber Aprender
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Mas quem não sabe aprender!
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E até a Matemática,
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Mas quem não sabe aprender!
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Mamãe, aprenda com a gente!
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Pois quem não sabe aprender!
Mais rápido vai crescer!
E ser criança é querer saber!
Não importa quantos anos viver!
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Papai, aprenda com a gente!
Mamãe, seja inteligente!
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Pois quem não sabe aprender!
sábado, 5 de abril de 2008
domingo, 30 de março de 2008
Estórias de Capítulo Único - Capítulo I: Capitão Degola
- De novo nããããããão professora! O que tem de mais uma balinha?
- Já para o canto, e fique de costas desta vez!
Eu obedeci, como sempre, e fiquei de costas, no corner, tava me sentindo aquelas bandeirinhas que ficam no campo de futebol nos escanteios, só que de costas. Aí o Capitão Degola apareceu, como sempre! E eu disse:
- Saia daqui! A professora já me deu bronca muitas vezes por causa das balas que você me dá, e quando sigo seus conselhos, minha orelha sempre esquenta!
- Seu insolente! Nunca vi um membro da tripulação tão insolente! Viiiiiiiiiiiiiiiiiinte chibatadas e sem almoço hoje!
Acho que ele era louco, pois me fazia chamá-lo de Capitão de um navio, mas eu morava em Minas, e lá não tem nem mar! E o pior, eu não sabia o que era tripulação, insolente, muito menos chibatada! Por isso sempre concordava, com louco não se discute né? Mas voltando à estória.
Ele insistiu, e insistiu que a professora era nossa inimiga, e que deveríamos nos defender, e que a melhor defesa, era com certeza atacarmos. Aquela idéia até que me agradava, seria bom dar o troco! Mas o medo maior, e segundo ele, o maior inimigo nosso também, era minha mãe, ela sim me daria essas vinte chibatadas que ele falou (depois ele me disse o que era chibatada, aí entendi). Não gostei muito da idéia dele achar que minha mãe era nossa inimiga, mas deixei passar. Então, montamos o plano.
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Como éramos mais fracos, a estratégia era desmoralizar o inimigo, criando assim um alvoroço, e aproveitando prá bater em retirada, e voltar fortalecido na aula, ops, na batalha seguinte, como ele dizia.Então ele falou prá eu rebolar, e, é claro, fiquei indignado!- Como assim rebolar? Você tá Louco?- É, rebole, não me desobedeça, olha a chibatada!- E eu com medo dessa tal chibatada, dei uma tímida mexida nos quadris, (palavra legal, aprendi com minha irmã mais velha, enquanto ela lia uma revista que ensina emagrecer. Engraçado, prá mim, emagrecer é só não comer, e tem gente que precisa de ajuda prá isso, mas tudo bem, já me disseram que quando eu crescer, entendo essas coisas.) e de imediato já ouvi umas risadinhas na sala, e a professora virou-se brava, mandando que todos ficassem quietos, aí então percebi a força que eu tinha nas nádegas, e então entendi o plano do Capitão Degola!
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E o Capitão, feliz por provar que estava certo, me disse:
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- Vaaaaaaaaamos, rebola seu preguiçoso! Isso aí que você fez, comparado aos canhões que carrego em meu navio, não passam de balinhas de festim diante da guerra em que nos encontramos, vamos, vamos!!!
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E eu me lembrei do filme "Curtindo a Vida Adoidado", da parte em que o Ferris dança a música dos Beatles enquanto matava aula, e rebolei de verdade, pensando que eu era o Elvis! Pronto, a sala foi abaixo, todos caíram na gargalhada, inclusive eu, feliz pelo sucesso obtido, e pela popularidade repentina, mas antes que eu aproveitasse a fama, o Capitão me agarrou pelo braço, e batemos em retirada, correndo e rindo, felizes pela façanha! Mas eu também ia pensando - será que festim é uma coisa ruim?
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Mas nossa alegria durou pouco, eu ainda teria que chegar em casa e explicar prá minha mãe porquê tava chegando mais cedo. Pensei em não ir prá casa, até a hora que a aula terminava de verdade, mas com certeza minha professora ligaria lá antes, então seria pior. Preciso pensar, como vencer essa outra batalha? Espero que o Degola não tente me ajudar dessa vez, só quero que ele me diga o que é tripulação, insolente, e festim também né! Se algum de vocês não sabe, procura no dicionário aí, que eu vou perguntar ao Capitão Degola, até mais tarde!
sábado, 29 de março de 2008
Sento, e este meu corpo ainda efebo